domingo, 29 de janeiro de 2017

INSS: Previdência também gera debate no Chile e nos EUA


Metade das famílias americanas tem menos de US$ 5 mil guardados. Chilenos protestam contra modelo atual
   
A preocupação com a Previdência Social não é exclusividade de países com elevado déficit fiscal como o Brasil. Estados Unidos e Chile, com modelos diferentes de Previdência e forte participação privada, enfrentam o debate sobre como garantir condições dignas para seus trabalhadores na aposentadoria.
Nos EUA, metade das famílias têm menos de US$ 5 mil em suas reservas para garantir o futuro, segundo os dados mais recentes. Crescem as dúvidas de que os planos de aposentadoria — conhecidos pelo nome 401k — sejam capazes de efetivamente complementar a renda da seguridade social, que tem uma das mais baixas taxas de reposição (a relação entre a renda na vida ativa e na hora da aposentadoria) do mundo.

O Chile — cuja Previdência foi apontada por muitos anos como modelo em todo o mundo — registrou em 2016 uma onda de protestos por causa dos baixos valores de aposentadoria. Cerca de 80% dos aposentados recebem menos de um salário mínimo e quase metade (44%) está abaixo da linha de pobreza. O movimento “No +AFP” defende o fim do modelo de previdência privada instaurado no país nos anos 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet, em que a contribuição é feita exclusivamente pelo trabalhador ao longo de sua vida profissional (no montante correspondente a 10% do salário) e administrada por grupos privados.

A presidente Michelle Bachelet revelou recentemente uma proposta de reforma que mantém o sistema — que já passou por mudanças em 2008 —, mas sugere alterações como uma contribuição do empregador (de 5% do salário) e o fortalecimento do chamado pilar solidário, que compensa aqueles com menor renda.

A beira de uma crise
Estudo recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou o aumento da importância dos fundos de pensão para a complementação das aposentadorias públicas em todo o mundo, mas alertou para o fato de que há riscos envolvidos. Um dos principais desafios é que cada vez mais os indivíduos são responsáveis por administrar seus próprios recursos para a aposentadoria e o conhecimento financeiro é baixo. Assim, muitos acumulam pouco dinheiro ou escolhem alternativas com custo elevado de administração, o que compromete a rentabilidade.

Fonte: O Globo (29/01/2017)

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