terça-feira, 25 de outubro de 2016

TIC: De R$ 13,00 para R$ 53,00 em 3 pregões. O que há por trás da disparada de 307% da Telebras?


Com o rali, as ações da small cap atingiram nesta segunda ­feira seu maior patamar desde março de 2013

As ações da small cap Telebras (TELB4), que giravam em torno de R$ 67 mil por dia na
BM&FBovespa até semana passada, quadriplicaram de valor nos últimos 3 pregões, ganhando destaque no mercado. Os papéis, que fecharam a R$ 13,00 na última quinta ­feira, saltaram para os R$ 53,01 nesta sessão, acumulando um ganho de 307% no período. Na esteira do rali, um decreto do governo federal autorizando o aumento de capital social da estatal de R$ 854,4 milhões. Com a operação, o capital social da companhia passará dos atuais R$ 263,1 milhões para R$ 1,1 bilhão.
 

Somente neste pregão os papéis preferenciais da Telebras dispararam 165%, com fortíssimo movimento financeiro de R$ 25,5 milhões. Com o rali, as ações atingiram nesta segunda­feira seu maior patamar desde março de 2013. Vale lembrar que, em janeiro deste ano, as ações da companhia bateram o patamar dos R$ 5,60, no menor patamar negociado desde o fim de 2007. 

Embora a disparada salte aos olhos dos investidores, difícil saber quem conseguiu capturar esse ganho, dado a baixa liquidez que a ação tinha em Bolsa. Pelos dados do ProfitChart é possível ver que as ordens de compra e venda do papel foram bastante pulverizadas no mercado: a Votorantim Corretora liderou o saldo comprador nesses últimos 3 pregões, com R$ 663,9 mil, mas representando apenas 3,11% das operações. Na sequência, vieram as ordens intermediadas pela Rico Corretora (R$ 522,3 mil ou 1,64%) e Itaú (R$ 421,7 mil ou 1,85%).  

O bom desempenho recente das ações está relacionado com a aumento de capital. Segundo o decreto, divulgado na última quinta ­feira no Diário Oficial da União, a operação ocorrerá por meio da incorporação de adiantamento para futuro aumento de capital, transferido pela União nos exercícios de 2011 a 2015, no montante de R$ 846,7 milhões; do saldo residual de capitalizações anteriores, no montante de R$ 7,7 milhões; e da atualização dos recursos previstos pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

O decreto também autoriza a União a subscrever as ações, mediante a utilização de créditos relativos aos seus investimentos na Telebras, na proporção de sua participação social da companhia, depois da aprovação do aumento de capital pela assembleia de acionistas. Além disso, a União poderá subscrever ações, na proporção da participação dos acionistas minoritários, caso eles não exerçam seu direito de preferência dentro do prazo legal, depois da aprovação do aumento de capital pela assembleia geral de acionistas.

Governo autoriza incorporação de aportes e quadruplica capital da Telebras

O governo federal autorizou a Telebras a incorporar ao capital a maior parte dos aportes feitos pelo Tesouro Nacional nos anos seguintes à reestruturação da estatal – multiplicando-o por quatro: dos R$ 263,1 milhões registrados em junho, para cerca de R$ 1,1 bilhão. 

Segundo a empresa, o aumento de capital se dá “mediante créditos da União, derivados de adiantamentos para futuro aumento de capital efetuados nos períodos de 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015”, no montante de R$ 846,7 milhões, além do saldo residual de capitalizações anteriores no valor de R$ 7,7 milhões; e atualização de ambos pela taxa Selic.

Desde que a estatal foi reorganizada, em 2010, para tocar adiante o que era o Plano Nacional de Banda Larga, o governo federal injetou os primeiros R$ 300 milhões em 2011, seguido de aportes de R$ 232,9 milhões, R$ 329,4 milhões e R$ 386,8 milhões nos anos de 2013, 2014 e 2015. 

Como a estatal adiantou que novos investimentos terão que sair de recursos próprios, a conta que ainda resta pagar de compromissos já assumidos é do satélite geoestacionário de defesa e comunicações, que foi orçado em cerca de R$ 1,8 bilhão e do qual 60% já foram pagos. 

Fonte: InfoMoney e Convergência Digital (24/10/2016)

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