sexta-feira, 17 de junho de 2016

TIC: Perdeu muito com as ações da Oi? Não se preocupe: um dos maiores fundos do mundo perdeu 90%


Assumindo que a venda foi realizada ao preço de fechamento de ontem (a R$ 1,38), o fundo perdeu R$ 97,5 milhões com as ações da companhia

Um dos maiores fundos do mundo, o canadense Ontario Teachers' Pension Plan - que tem por característica proteção patrimonial - "desistiu" de parte de suas ações da Oi (OIBR3; OIBR4) após praticamente dois anos do investimento inicial na operadora. O fundo - que encerrou 2015 com US$ 171,4 bilhões em patrimônio líquido - entrou na companhia em 30 de junho de 2014, com aproximadamente 31 mil ações preferenciais. Cerca de quatro meses depois, ele decidiu "voluntariamente" converter suas ações PNs em ONs - totalizando um total de quase 39,4 mil ações ONs.   
Na noite da última quinta-feira (16), a Oi comunicou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que o Fundo de Pensão dos Professores de Ontário decidiu vender parte de suas ações - ou 7.034.767 das ações ordinárias da companhia. Com a operação, ele passou a deter 32.332.099 de ações ONs da companhia, representando 4,84% do total das ações ONs da companhia. Anteriormente, sua posição correspondia a 5,89% do total das ações ONs.   

Assumindo que a operação foi realizada ao preço de fechamento de ontem (a R$1,38), o fundo perdeu 91% com venda das ações da companhia, ou R$ 97,5 milhões. Isso porque no dia 15 de outubro de 2014, um dia após o fundo informar que converteu "voluntariamente" suas ações preferenciais em ações ordinárias da Oi, os papéis da companhia fecharam cotados a R$ 15,20. Caso o fundo queira se desfazer do restante das ações, o tombo será de R$ 545,6 milhões - assumindo o preço de venda de R$ 1,38 por papel.   

Segundo Adeodato Volpi Netto, head de mercados de capitais da Eleven Financial, a sinalização da venda do Ontario é "péssima". "Quer dizer que mesmo um fundo com a característica de proteção de longo prazo desistiu da companhia. Eles preferiram sair agora do que perder tudo com a ação". Para ele, essa sinalização do Ontario foi a "cereja do bolo" da crise da Oi.    

O pesadelo da Oi 
A saída de Bayard Gontijo é o mais recente golpe dos últimos anos para a empresa carregada de dívidas. Segundo Adeodato, a sobreposição dos interesses dos acionistas controladores frente à companhia pode levar a Oi a um beco sem saída. "Isso tem mais cara que acabe na Corte, com uma recuperação judicial travando as negociações da companhia com os credores. E os bancos terão que reconhecer que não conseguirão, muito provavelmente, receber esse montante e provisionar esses valores. É ruim para todo mundo", disse. 
  
Gontijo, de 44 anos, que liderava a companhia havia menos de dois anos, anunciou sua renúncia na sexta-feira. A decisão agrega mais incerteza à empresa com sede no Rio de Janeiro, que tenta emergir de uma dívida de quase R$ 50 bilhões (US$ 14,4 bilhões). A operadora não explicou o motivo da saída. Gontijo será substituído pelo diretor administrativo financeiro, Marco Schroeder, 51. A empresa informou que Schroeder acumulará as duas funções.  

A companhia permitir que Gontijo que estava devolvendo credibilidade, que estava conseguindo dar oxigênio para a Oi, sair em um momento em que ela já está asfixiada é um suicídio administrativo, disse Adeodato. "Se não rolar a dívida, a operação trava. Eles não têm nenhuma condição de gerar caixa suficiente para fazer frente ao serviço da dívida dentro dos prazos que eles têm”, disse Adeodato. “Todos os credores, sem exceção, sabiam que o Bayard estava endereçando de forma dura o que tinha que ser endereçado. E esse cara renuncia”.

Fonte: Bloomberg (17/06/2016)

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