quarta-feira, 11 de maio de 2016

TIC: Oi prevê cortar de 15% a 20% da folha e demite cerca de 2 mil empregados (12% do quadro)


O corte que está sendo feito nesta semana pela Oi atinge 12% do quadro de 16,7 mil funcionários - enxugando a folha 

Endividada e com dificuldades para melhorar seus resultados diante da recessão e forte concorrência, a Oi está demitindo cerca de 2 mil funcionários nesta semana, principalmente nas áreas administrativas. O corte, antecipado na edição de ontem do jornal "O Globo", atinge 12% do quadro de 16,7 mil funcionários e a expectativa da companhia é reduzir os custos da folha de pagamentos entre 15% e 20%, disse uma fonte ao Valor.  

Há um ano, a tele dispensava pouco mais de 1 mil funcionários, em diversos níveis hierárquicos, em nome do plano de reestruturação iniciado com a chegada de Bayard Gontijo à presidência, em outubro de 2014.  

A Oi informou, em nota, que "vem aprofundando medidas que visam à melhoria do negócio, promovendo iniciativas comerciais, de infraestrutura e gestão". Segundo a empresa, as iniciativas "geraram avanços operacionais relevantes e possibilitaram a entrega de guidances [estimativas de desempenho] que haviam sido anunciados ao mercado." Em 2015 a Oi reduziu em 8,5% os custos de rotina [exclui ganhos e perdas pontuais difíceis de prever, como a venda de ativos] da operação brasileira, para R$ 19,2 bilhões. Os gastos com pessoal caíram 4,8% no ano.   

A Oi informou que desde o ano passado está transformando técnicos terceirizados (para operar e manter a rede) em funcionários, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. "Este movimento é bastante desafiador considerando as questões financeiras envolvidas, porém estruturante para a companhia atingir seus objetivos estratégicos", diz a Oi em nota.  

A tele divulga o resultado para os meses de janeiro a março amanhã. A média de estimativas de analistas dos bancos Itaú BBA, Credit Suisse, Morgan Stanley e UBS é de prejuízo de R$ 604 milhões no trimestre, aumento de 50% em relação a um ano antes.  

A Oi não é a única a reduzir o quadro de funcionários no setor. Contra a tendência de redução da base de assinantes e a piora da economia, as teles têm reforçado os planos de corte de custos, inclusive com demissões. A TIM anunciou em agosto passado plano de redução de custos de mais de R$ 1 bilhão entre 2015 e 2016, sendo que entre as prioridades estão a diminuição de gastos com fornecedores e automação de processos manuais. À época, a empresa disse que faria demissões "pontuais", como parte do processo de enxugamento de despesas. Segundo uma fonte, no fim de 2015 a TIM eliminou alguns profissionais, entre executivos e também especialistas de tecnologia da informação.  

A Oi deve informar nesta semana como está o processo de renegociação de sua dívida. A tele encerrou 2015 com dívida líquida de R$ 38,15 bilhões. A dívida bruta soma R$ 54,9 bilhões e quase metade tem vencimento até o fim de 2017.

Abaixo, o posicionamento na íntegra da Oi sobre as demissões:

“A Oi iniciou em 2015 um plano de transformação do seu negócio e de sua estrutura de capital, com a adoção de diversas iniciativas que geraram avanços operacionais relevantes e possibilitaram a entrega de guidances que haviam sido anunciados ao mercado.

Para manter sua trajetória de crescimento, a Oi vem aprofundando as medidas que visam à melhoria do negócio, promovendo iniciativas comerciais, de infraestrutura e gestão. Uma das iniciativas relevantes é o fortalecimento das estruturas operacionais para sustentar uma evolução na qualidade da prestação de serviços com impacto positivo na experiência do cliente. Esse é um dos principais focos da Organização, que promoveu recentemente um reposicionamento comercial e de marca direcionados aos novos hábitos e tendências de consumo.

Em função disto, no ano de 2016 foram incorporadas posições técnicas na empresa de operação e manutenção de rede de acesso do Grupo, envolvendo a região sul e sudeste do Brasil. Este movimento é bastante desafiador considerando as questões financeiras envolvidas, porém estruturante para a Companhia atingir seus objetivos estratégicos.

Com o intuito de manter níveis de rentabilidade e produtividade para fazer frente ao cenário macroeconômico atual, a Oi está realizando uma readequação da sua estrutura administrativa baseada na busca contínua de eficiência.

A Oi continua sendo um dos maiores grupos empregadores do país, gerando cerca de 146.000 empregos diretos e indiretos em todo o território nacional. A Oi tem uma estratégia de negócios para os próximos três anos com foco em digitalização, convergência e dados, associado a um planejamento que mantém forte direcionamento para controle e corte de custos”.

Fontes: Valor e TeleSíntese (11/05/2016)

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