domingo, 13 de dezembro de 2015

Fundos de Pensão: Estudo comparativo entre os fundos de pensão brasileiros e internacionais


Problema apontado nos fundos brasileiros foi a concentração de investimentos em poucas ações

Um estudo comparativo entre fundos de pensão brasileiros e internacionais feito pela consultoria alemã Roland Berger aponta que os nacionais tiveram nos últimos cinco anos rentabilidade real média de 3,2%, abaixo da meta atuarial média de 5,8%. O desempenho foi creditado ao rendimento abaixo do esperado no Brasil das aplicações de renda variável, ativos que compõe boa parte das carteiras dos fundos pesquisados, entre os quais se incluem o Petros, o Previ e o Funcef.

Já os fundos internacionais analisados (entre eles o canadense CPPIB, o norueguês GPFG e o japonês GPIF) tiveram rentabilidade média real de 8,1%, na maioria dos casos acima da meta atuarial. O resultado foi creditado à diversificação de seus ativos.

Enquanto nos brasileiros o investimento em renda variável é concentrado em ações de poucas empresas, nos internacionais a participação dos papéis de cada companhia na carteira é de 2% ou 3%, de forma geral. “Além de a concentração ser menor nos fundos internacionais, a seleção criteriosa de papéis com boas perspectivas de longo prazo contribuiu para reduzir riscos e ampliar ganhos”, destaca Mauro Toledo, consultor sênior da Roland Berger especialista em governança corporativa.

 O fundo Petros, por exemplo, que teve rentabilidade negativa em 2013 (-5,8%) e 2014 (-1,2%), concentra 37% da carteira de renda variável em ações de uma única companhia brasileira. Quase metade das aplicações desse tipo no fundo (47%) são ações de empresas de alimentos. Outros 21% são papéis do setor financeiro.

 Além da maior diversificação, o desempenho dos fundos estrangeiros foi beneficiado pela valorização das bolsas internacionais, especialmente das bolsas americanas. Isso porque, diz o estudo, eles alocaram um percentual médio de 15% da carteira em papéis e títulos fora de seu país de origem. Em alguns casos, ativos estrangeiros compuseram 100% das carteiras.

Já entre os brasileiros, os ativos internacionais totalizaram em média 3%, embora sejam autorizados por lei a investir até 10% de seus recursos no exterior. “Existe, portanto, potencial para diversificar os ativos dos fundos nacionais, inclusive geograficamente, para aprimorar a gestão de risco e a rentabilidade, embora a questão de risco de câmbio tenha que ser bem gerenciada, especialmente com a desvalorização do real”, afirma Antônio Bernardo, diretor-presidente da Roland Berger Brasil.

O estudo da consultoria afirma ainda que a equiparação em desempenho dos fundos nacionais com os estrangeiros depende do aprimoramento da gestão e da governança. As principais oportunidades estão no desenho da missão, objetivos e estratégias de médio e de longo prazo. “São questões que impactam as políticas de investimento de curto e de médio prazo, as competências organizacionais nas áreas de análise setorial e de empresas, além da terceirização da gestão de ativos”, diz Bernardo. 

Fonte:  R7 (12/12/2015)

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