sábado, 3 de outubro de 2015

PAMA: Considerações deste Blog quanto a transferência de recursos do plano previdenciário PBS-A (Sistel) ao assistencial PAMA (Sistel, Atlântico e VisãoPrev)


Seguem algumas considerações deste Blog, sobre a decisão tomada pela Sistel (até hoje não está esclarecido se foi a DE ou o CD que tomou a decisão final) sobre a transferência exclusiva das sobras do plano PBS-A ao PAMA:

Essa transferência polêmica, que por quase dois anos foi tentada sem sucesso e consenso pela Sistel, ao nosso ver é ilegal e injusta, pois beneficia sobre maneira as patrocinadoras. Ela foi estranhamente (mas previsivelmente) autorizada pela Sistel justo há três meses do Fundo Garantidor do PAMA entrar em déficit, ocasião esta em que estas patrocinadoras passariam legalmente a responsabilizar-se sozinhas deste déficit. Ela resolverá o problema das patrocinadoras definitivamente e de parte dos assistidos temporariamente.

O mais crítico é que nada está sendo feito para resolver o ponto central e originário do problema do rombo do PAMA, ou seja, despesas mensais quase três vezes superiores as receitas, pelo contrário, este desequilíbrio tende a aumentar com o tempo com a maior longevidade e uso mais acentuado do plano.

As receitas hoje existentes no PAMA, plano assistencial que é de responsabilidade exclusiva e legal das patrocinadoras, são provenientes: 
- dos rendimentos de aplicações financeiras do Fundo Garantidor, que acabou e agora será substituído pelas sobras de um único plano previdenciário (PBS-A, mesmo havendo outros planos PBS envolvidos, inclusive de outras Entidades);
- dos assistidos usuários, através das contribuições mensais ao PCE e das coparticipações de uso;
- e de somente duas patrocinadoras (CPqD e Telebras), relativa aos pouquíssimos participantes ainda ativos (talvez 30) destes planos PBS, receita esta que sempre será decrescente. 
Mesmo sendo responsáveis pelo PAMA, as grandes patrocinadoras (Oi e Vivo), mandantes nos conselhos da Sistel e responsáveis e sucessoras do maior contingente de assistidos usuários do PAMA, não contribuem há quase dez anos com este plano e assim seguirão.

Da mesma forma como o Fundo Garantidor PAMA afundou e zerou em 13 anos de vida devido ao desequilíbrio entre receitas e despesas, os R$ 3,3 bi das sobras/ superavits, exclusivos do PBS-A, muito provavelmente se esgotarão por volta mesmo prazo se este desequilíbrio acentuado não for solucionado. Quem viver até lá, verá!

O custeio do PAMA, depois desta transferência, seguirá sendo quase que exclusivo dos assistidos, contrariando radicalmente o regulamento do plano.

Consideramos esta transferência injusta pois:
- há milhares de assistidos do PBS-A que não participam do PAMA;
- há outros milhares que, pior ainda, são de baixa renda e desistiram do PAMA ou foram excluídos dele justamente por inadimplência e que não mais poderão voltar ao plano;
- há outros milhares de assistidos, também de baixa renda, que  já estavam no aperto com os três últimos reajustes do PCE e que estavam sob a base de empréstimos somente aguardando uma redução destas contribuições ou um benefício adicional temporário, através da destinação do superávit que não se concretizou, como última esperança para não desistirem do plano. Como agora benefícios e contribuições seguirão na mesma proporção, é de se prever uma grande debandada no PCE.
Mesmo assim os respectivos superavits esperados por estes três grupos acima, anteriormente reservados, divulgados e devidamente calculados pela Sistel, serão agora canalizados somente para saneamento de um plano do qual ou não mais participam ou estarão afastados em breve.

Consideramos ilegal esta transferência porque ela foi baseada na execução de uma ação judicial de 2003, época em que todos planos previdenciários PBS-patrocinadoras (PBS-A inclusive) estavam sob a guarda e gestão única da Sistel, todos com direito ao PAMA, fato que hoje não se caracteriza mais e pode dar margem a interpretações de transferência ou fornecimento de vantagens ilícitas a outras Entidades, suas respectivas patrocinadoras e também aos assistidos que pertencem a estes outros planos PBS fora da Sistel (Fundação Atlântico e VisãoPrev), que seguirão usufruindo do PAMA sem qualquer dispêndio adicional para cobertura deste plano assistencial, mesmo estes outros planos tendo apresentado ou passarem a apresentar sobras. 

Os maiores beneficiados desta decisão são: 
- todas patrocinadoras de todos planos PBS (basta verificar quem votou e apoiou tal medida no Conselho Deliberativo da Sistel); 
- os cerca de 10% dos usuários do PAMA (simples e PCE) pertencentes a outros planos PBS (exceto o PBS-A), que já receberam e seguirão recebendo normalmente seus superavits sem a retirada de qualquer tostão das reservas de seus planos;
- e um contingente de usuários do PAMA-PCE pertencente ao plano PBS-A, com média e alta renda, que conseguiu suportar até hoje os reajustes dos últimos três anos do PAMA-PCE e que agora passarão a ser mais suportáveis.

Como resultado desta transferência o plano PBS-A logicamente ficará mais vulnerável financeiramente sem o cobertor que haveria durante 36 meses, caso a Reserva Especial fosse distribuída naquele período ou caso o limite da Reserva de Contingência venha a se reduzir legalmente dos atuais 25% da Reserva Matemática, conforme já se cogita nos dias de hoje junto a Previc.

Desta forma fica claro e transparente nosso entendimento quanto a esta transferência oficializada pela Sistel, demonstrando mais uma vez a todos nossos leitores e também aos acautelados e desagregadores de plantão que por vezes se privilegiam de participar de um plano sem ao menos contribuir diretamente para ele, mesmo possuindo renda para tal, que não é necessário ser participante de um plano para entender e esclarecer quem será beneficiado ou prejudicado por esta decisão. Basta ter boa vontade, ser imparcial, ser verdadeiro, não utilizar-se de subterfúgios, vestir a camisa e agir em nome dos assistidos e participantes, resguardando sempre os interesses destes. 
Para encerrar o único que podemos afirmar é que por tentarmos esclarecer corretamente os assistidos não esperamos receber qualquer logro por esta atitude, muito pelo contrário, só inveja e vingança daqueles que agem no sentido contrário.


6 comentários:

  1. Aldemar Fernandes Parola3 de outubro de 2015 às 19:05

    Estou integralmente de acordo com as palavras do Joseph. Eu que era filiado à ASTEL e à APOS pedi a minha desfiliação da ASTEL.

    Sugiro que a FENAPAS entre imediatamente na Justiça com uma liminar suspendendo a decisão tomada pelo CD (ou DE).

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  2. MAs o pior de tudo isso ê receber e-mail da Astel dizendo que dois conselheiros estão junto com eles para resolverem nossos problemas
    Será que vamos ser novamente enganados pelos nossos conselheiros?
    Espero que o bom senso toque nesses conselheiros, e que os mesmos entendam onde essas patrocinadoras querem chegar apoiados por nossos próprios representantes
    Você soube expor muito bem nossa situação , parabéns pelas suas colocações.

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  3. É importante que todos tomem conhecimento do voto dos Conselheiros Burlamaqui, Cleomar e Ezequias. O documento esclarece que os três Conselheiros foram contrários à proposta de utilização do superávit para cobrir o déficit do PAMA e elenca as razões da não concordância.
    Os demais Conselheiros (oito das Patrocinadoras e mais o Conselheiro Eleito de São Paulo) votaram a favor da proposta.
    Portanto, os Conselheiros Eleitos Burlamaqui, Cleomar e Ezequias tiveram posições antagônicas aos demais nove Conselheiros.
    Cleomar Gaspar
    Conselheiro Deliberativo Eleito

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    1. Assistido desinformado!!!!5 de outubro de 2015 às 21:16

      Gostaria de entender Porque só a revogaçao dos 61% de aumento precisaria de ter unanimidade dos votos?
      E a utilização do superávit não foi preciso de unanimidade?
      Pelo menos é o que diz no e-mail que recebi da Astel e está no site da mesma, explicando os pingos noS IIS
      Liguei no 0800 e nada me explicaram

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  4. Eu entendi que o assunto já foi decidido, conforme exposto no site da Sistel. não sei se cabe ainda uma sugestão para diminuir um pouco nosso prejuizo, que seria negociar o fim do desconto CONTRIBUIÇÃO SISTEL ASSISTIDO, conforme estava previsto na tentativa de distribuição do superavit

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  5. Todo o a decisão de transferência de recursos de um Plano Previdencial para outro Plano Previdencial ou para um Plano Assistencial (caso do PAMA) é ilegal, independentemente das argumentações e elucubrações da Astel-Esp. Está claro que a posição da Astel favorece única e exclusivamente às patrocinadoras e mente dizendo que outros Conselheiros Eleitos apoiam as suas propostas. A Astel mais uma vez prejudica o conjunto dos Aposentados e Pensionistas de todos os Planos PBS do país!

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