quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Fundos de Pensão: Novo rebaixamento da Petrobras deve derrubar ações e comprometer ainda mais rentabilidade de fundos de pensão brasileiros


Após corte do Brasil, S&P também tirou grau de investimento da estatal.
Empresa já havia perdido o selo pela agência Moody's.

A Standard & Poor's (S&P) tirou nesta quinta-feira (10) o grau de investimento da Petrobras. A nota da estatal foi rebaixada em dois níveis, de "BBB-" para "BB", com perspectiva negativa. A empresa já havia perdido o grau de investimento por outra agência, a Moody’s, em fevereiro. Por isso, alguns fundos de pensão e investimento internacionais ficam obrigados a se desfazer de suas ações da empresa e impedidos de fazer novos investimentos na estatal, explicou em entrevista ao G1 Alex Agostini, economista chefe da agência de classificação de risco nacional Austin Rating.

A ação de rating aconteceu um dia após o rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil, que perdeu o selo de bom pagador na classificação da S&P.

Para investir na economia de um país, os regulamentos internos de fundos de pensão e de investimentos, em geral, exigem que ele tenha grau de investimento por ao menos duas agências internacionais, diz Agostini.

“O fundo de pensão tem uma carteira de investimentos. Eles podem investir em países, ativos fixos, setor imobiliário e comprar ações de empresas”, explica o especialista. A partir de agora, com o corte da S&P, esses fundos ficam impedidos de comprar papéis da Petrobras, além de precisar se desfazer de suas ações. Essa venda em conjunto pode derrubar o preço das ações nos próximos dias, aponta Agostini.

“Eles vendem, colocam no mercado. A venda não precisa ser imediata, nem tudo é feito automaticamente. Até porque, para vender uma ação, é preciso ter alguém querendo comprar”, diz.

Segundo o especialista, a tendência de venda pode atingir outros investidores também, puxando ainda mais o valor das ações para baixo. “A situação é de maior oferta [do que demanda], pela percepção de risco dos outros investidores que não têm esse regulamento. Eles também vão querer se desfazer das ações. Ninguém vai querer ficar com um mico na mão.”

Na Fitch, a estatal permanece grau de investimento, classificada com a nota “BBB-", um degrau acima do patamar especulativo.

Selo de bom pagador
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco atribuída aos títulos de dívidas de países e empresas, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais.

Fonte: G1 (10/09/2015)

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