Fundos de Pensão: Rombo no primeiro trimestre de 2015 dos fundos de pensão já atinge R$ 36,4 bi, um recorde

Os fundos de pensão que estão no vermelho acumularam um deficit de R$ 36,4 bilhões no primeiro trimestre de 2015, conforme levantamento da Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). O prejuízo é 16% maior do que o registrado em 2014, de R$ 31,4 bilhões. Em relação a 2012, quando o resultado negativo era de R$ 9,1 bilhões, as perdas quadruplicaram. Os resultados desfavoráveis dos últimos anos levaram parlamentares a criar duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar o assunto, uma no Senado e outra na Câmara dos Deputados.

Deputados e senadores querem saber se os prejuízos são fruto da má gestão dos recursos que custearão a aposentadoria de milhares de brasileiros. As CPIs devem ser instaladas após o fim do recesso no Congresso. Parlamentares da oposição esperam que o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo dê peso às CPIs. 
Os prejuízos ocorrem, principalmente, em fundos de pensão patrocinados por empresas estatais, que já discutem planos para equalizar os deficits. Quando uma entidade fechada de previdência acumula perdas por três anos consecutivos, ou tem um saldo negativo que corresponda a 10% do patrimônio, é obrigada a apresentar à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) projeto para reequilibrar as contas.

A Funcef, dos empregados da Caixa, e o Postalis, dos funcionários dos Correios, terão de apresentar à Previc um para cobrir prejuízos até o fim do ano. A Petros, dos trabalhadores da Petrobras, acumulou prejuízo pelo segundo ano consecutivo em 2014, e caminha para um deficit também em 2015. Procurada, a Abrapp não se pronunciou. 

Fonte: Correio Braziliense (21/07/2015)