quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Fundos de pensão: Super aposentadorias do BB na mira da Previc, há anos...


Há alguns anos, os beneficiários do maior fundo de pensão do país, a histórica Previ, travam uma luta contra o poder do governo. Desde que foi criada, em 1904, a Previ só fez crescer e se consolidar. No entanto, na era do PT, as coisas começaram a azedar, pois executivos, com altos salários e baixo tempo de contribuição, começaram a pressionar por maiores aposentadorias, que, a médio prazo, podem gerar desequilíbrio no bilionário fundo.

Após muitos embates, o pessoal da Previ conseguiu, em 2008, a fixação de um teto – já alto, pois inacessível à maioria dos funcionários – de R$ 37 mil. Pois adivinhem quem, à frente do BB, acabou com esse teto? Aldemir Bendine. Agora, informa-se que ele se aposenta com base em salário de R$ 62,4 mil, o dobro dos ganhos de Dilma Rousseff e mais do que os honorários de Barack Obama. Bendine não é o único beneficiário dessa distorção, mas há o agravante de que ele está sendo beneficiado por decisão dele mesmo. Está no mesmo caso Ivan de Souza Monteiro, vice do BB que virou diretor da Petrobras e que deixa o banco com salário-base de R$ 55,8 mil. Informalmente, comenta-se que o pagamento médio da Previ é de R$ 7 mil, e que o teto usual para funcionários de carreira é de R$ 20 mil mensais.

O bom senso indica que um teto é essencial, pois fundo algum suporta pagar salários a nível de presidentes da República por décadas a fio. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previ), mandou o BB se responsabilizar pelos super-salários, mas um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que teria de ser assinado caiu no esquecimento. Na era Mantega, a Fazenda ajudou a adiar a decisão, pois o ministro apoiava o pagamento mais alto. Pode ser que, com Joaquim Levy, esse absurdo seja sustado.

O BB foi fundado em 1808 por Dom João VI e, tanto tem tradição, como as entidades de seus servidores são igualmente respeitáveis. Diretora de uma delas, a Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do BB, Isa Musa de Noronha diz que as super aposentadorias decorrem de “empilhamento de salários que o plano não suporta” – e diz aguardar o TAC. Fernando Amaral, vice-presidente da ANABB, comenta que “tais valores não são permitidos aos funcionários”.

Fonte: Monitor Digital (12/02/2015)

Nota da Redação: Há anos que a Previc não consegue resolver esta disparidade privilegiada. Os interesses de poucos sobre o direito de muitos. 

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