terça-feira, 12 de agosto de 2014

Fundos de Pensão: Bonus à diretoria da PREVI (BB) racha conselho deliberativo, mas eleitos ficam unidos e contrários a gratificação

O maior fundo de pensão da América Latina, a CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO Brasil (PREVI), com patrimônio de R$ 165 bilhões, está rachado. E o motivo da discórdia é a aprovação, pelo Conselho Deliberativo, de critérios de pagamento de bônus aos executivos da fundação, referentes aos últimos três anos, que podem chegar a R$ 500 mil por pessoa. Essa deliberação colocou em lados opostos os conselheiros eleitos pelos participantes e os indicados pela instituição financeira. 
Esse tema estava em discussão na PREVI desde 2011, quando o BANCO DO BRASIL alterou o sistema de remuneração do presidente, dos vices e dos diretores e passou a pagar, além dos honorários e da participação nos lucros, um bônus anual em ações, de acordo com metas atingidas. O colegiado se viu obrigado a deliberar sobre o tema porque o convênio de cessão de funcionários da instituição financeira para a PREVI, assinado em 2005, determina que a remuneração e benefícios na fundação devem ser os mesmos recebidos no banco. 
Com a decisão do Conselho Deliberativo de aprovar os critérios de pagamento dos bônus, os diretores da PREVI poderão receber um extra de até quatro salários adicionais atrelados ao desempenho de 2011 e de 2012 e mais seis referentes ao ano passado, pagos em quatro parcelas. Os conselheiros eleitos pelos participantes publicaram uma carta na qual se posicionam de maneira contrária à deliberação. Eles alegam que a remuneração dos dirigentes do fundo deve ser desvinculada das regras do BANCO DO BRASIL. 
Também não há consenso entre os próprios diretores da PREVI. A diretora de Administração, Cecília Garcez, publicou no último domingo no blog que mantém um texto sobre o assunto se posicionando contra o pagamento do bônus. Ela justificou que a fundação é uma entidade sem fins lucrativos e não pode ter a mesma política de remuneração de um banco. Para Cecília, "a PREVI não pode ser refém dessa política, até porque as instituições financeiras estão cada vez mais agressivas no mercado, com lucros cada vez maiores". 
A PREVI esclareceu que compõe o quadro de dirigentes e técnicos com funcionários do BANCO DO BRASIL, por reconhecer a excelência desses profissionais. O fundo de pensão explicou que a decisão tomada preserva a equiparação dos benefícios, prevista na política de gestão da entidade desde 2005. 
Para o vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Nacional dos Funcionários do BANCO DO BRASIL, Fernando Amaral, essa remuneração variável deveria ser paga pela instituição financeira e não pelo fundo de pensão. Ele comentou que pediu informações à PREVI sobre o tema e convocou uma reunião com a confederação e as associações de bancários e de aposentados e pensionistas para debater uma ação conjunta contra a decisão do Conselho Deliberativo. A reportagem procurou a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que não se manifestou até o fechamento desta edição. 

Petição on-line 
Funcionários, aposentados e pensionistas do BANCO DO BRASIL têm divulgado nas redes sociais uma petição on-line, endereçada ao Congresso Nacional e à Previc, para barrar o pagamento de bônus aos diretores da PREVI, conforme este Blog Aposentelecom informou na segunda feira em primeira mão. Até o fechamento desta edição, a campanha já possuía 6.116 assinaturas e os organizadores esperam que 90 mil pessoas se manifestem contra a remuneração variável aprovada pelo conselho deliberativo da fundação. 
Fonte: Correio Braziliense (12/08/2014)

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