quinta-feira, 3 de julho de 2014

Fundos de Pensão: Participantes de fundos de pensão recebem benefícios em média 35% do último salário, aponta Mercer, insuficientes para aposentadoria

Maior vilão é o fim dos planos de Benefício Definido
Uma opção para quem busca uma renda maior na aposentadoria, os planos de previdência complementar do país têm garantido benefícios aquém do ideal para os participantes, segundo aponta um levantamento da consultoria global Mercer, realizado com 494 planos brasileiros. Considerando que o pagamento começará após 30 anos de contribuição, os planos atualmente estão cobrindo apenas 35% do último salário do funcionário quando ele estava na ativa (sem considerar o benefício do INSS).

De acordo com o estudo, os benefícios pagos mensalmente pelos planos disponíveis no mercado poderiam chegar a 52% do salário do participante, mas na prática não é isso que tem acontecido. O problema ocorre porque o tempo real de contribuição têm sido inferior a 30 anos e o percentual do salário depositado a cada mês não tem sido suficiente para garantir uma renda superior à oferecida atualmente. Além disso, muitos participantes acabam resgatando antecipadamente os investimentos realizados.

“Há três formas de resolver esse problema: ou os planos mudam de estratégia para aumentar a rentabilidade, ou as pessoas passam a contribuir com um percentual maior do salário, ou elas começam a se aposentar mais tarde”, afirma Geraldo Magela, responsável pela área de previdência da Mercer.

Para quem ganha até R$ 4,16 mil, o teto do INSS, a contribuição mensal deveria passar de 5% para 8%, garantindo que o valor da aposentadoria seja mais compatível com as despesas da terceira idade. Já quem recebe entre R$ 4,16 mil e R$ 10 mil, a contribuição deveria passar de 10% para uma faixa entre 13% e 19%. Os profissionais que têm salários acima de R$ 10 mil precisariam elevar essa quantia dos atuais 10% para 18%. “Mas se aumentássemos o tempo de contribuição de 30 para 40 anos, os percentuais não precisariam mudar”, pondera Magela.

O executivo destaca, ainda, que 90% das pessoas que saem da empresa encerram os seus planos de previdência complementar patrocinados pela companhia, resgatando todo o dinheiro aplicado até então. “As empresas não têm oferecido incentivos para manter os ex-funcionários como participantes, nem trabalham na educação financeira de seus profissionais contratados, com o intuito de fazê-los perceber a importância de se planejar para a aposentadoria”, destaca Magela.

De volta ao mercado de trabalho 
De acordo com o levantamento, até 70% da renda do aposentado que ganha acima do teto do INSS depende da previdência complementar. Já para quem ganha abaixo do teto, o nível de dependência é de até 30%. Por conta da insuficiência de renda frente aos gastos mensais na aposentadoria, muitos profissionais voltam a trabalhar depois dos 60 anos para equilibrar as contas.

Ao todo, metade dos aposentados entrevistados (49%) teve de retornar ao mercado. Para o levantamento, participaram 1,5 mil aposentados de planos de previdência complementar. “Como o nível de despesas cresceu, o ideal não seria mais buscar se aposentar com 100% da antiga renda, mas sim com 120%, para os salários até o teto do INSS. Para os que ficam acima disso, o melhor é tentar garantir de 80% a 100% desse valor”, complementa Magela.

Não é só a rotina que muda quando chega a aposentadoria. Os níveis de despesas também sofrem sérias alterações. Segundo a pesquisa da Mercer, para 33% dos aposentados, os gastos subiram consistentemente quando deixaram de trabalhar.

Ao todo, 52% tiveram de rever suas despesas para adequá-las ao novo nível de renda. Destes, 65% conseguiram ajustar o orçamento. No geral, para 40% dos entrevistados foram os gastos com saúde os que mais subiram – puxados pelo aumento nos custos de planos de saúde privados.
Fonte: Investidor Institucional e Aposentelecom (03/07/2014)

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