sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Planos de saúde: Planos corporativos para aposentados tornam-se cada vez mais raros e onerosos, mas são exigência legal na maioria dos casos

Para os fundos de pensão, possíveis candidatos (o assunto está em discussão no CNPC) a administrar planos de capitalização de recursos destinados a bancar os gastos com a saúde na aposentadoria, o “PrevSaúde”, interessa saber que menos empresas estão estendendo os seus planos de saúde dos empregados ativos aos aposentados. Eram 37% em  2012 e são agora 27%, segundo pesquisa divulgada ontem pela Mercer Marsh Benefícios.

A mesma pesquisa parece apontar talvez a principal razão desse crescente retraimento das empresas, o fato de os planos de saúde corporativos estarem custando cada vez mais. O custo em relação à folha de pagamento subiu de 2,9%, duas décadas e meia atrás, para 10,38% no ano passado e 10,62% em 2013. “As empresas gastam todos os anos entre R$ 55 bilhões e R$ 60 bilhões, por mera liberalidade e sequer estão de fato representadas nos fóruns que podem decidir alterações nos planos”, nota Francisco Bruno, consultor líder na área de benefícios da Mercer Marsh.

No caso dos aposentados em particular, fora as obrigatoriedades legais, parece haver uma razão adicional para as empresas pensarem melhor antes de estenderem a eles os planos garantidos aos empregados ativos. É que a cada ano de vida os gastos com a saúde dos que já vivem na aposentadoria sobem 3,4%.

Um outro dado interessante da pesquisa é que mais empresas, provavelmente motivadas também pelo desejo de frear os seus gastos com a saúde, estão investindo em programas de prevenção de doenças e de promoção da qualidade de vida.  Eram 60% no ano passado e são 81% em 2013. Na maioria dos casos envolvem cuidados básicos, como vacinação contra a gripe e cuidados com as gestantes, mas é crescente o número de organizações que já se preocupam em investir na saúde emocional de seus funcionários. 
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão (06/09/2013)

Nota da Redação: A matéria acima não menciona que a maioria das empresas só fornecem planos de saúde aos aposentados e ex-empregados porque são obrigadas a fazê-lo pela legislação em vigor (Lei 9656/2008, art 30 e 31). Mas o mais curioso é que mencionam que os gastos com saúde sobem 3,4% ao ano e o que vemos são as empresas de planos de saúde, com anuência das empresas contratantes, aumentarem em 18% ao ano o valor do plano aos aposentados e ex-empregados enquadrados na mencionada Lei. Um exemplo disto é a Unimed de Campinas que vem aumentando nos últimos anos o valor do plano em 18% para os aposentados do CPqD que têm este direito.

2 comentários:

  1. Prezado Joseph,
    Gostaria de melhor esclarecimento sobre a Nota da Redação no texto acima quando menciona que a "Unimed de Campinas que vem aumentando anualmente o valor do plano em 18% para todos aposentados do CPqD".
    Como sou aposentado do CPqD e "alijado" do plano da Unimed pela Sistel que contratou a Bradesco Saúde com reduzido plantel de médicos (por escolha da própria Sistel)gostaria de mais comentários sobre esse tópico.
    Abração
    Valmir J. Leoni
    vjleoni@myopera.com

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    1. Olá Valmir,
      A mencionada lei entrou em vigor em 2008 e acredito que vc se aposentou antes disso, através do PBS-A e PAMA. Note que a Nota não menciona "todos aposentados do CPqD" e sim "aos aposentados do CPqD". Mesmo assim agradeço e vou melhorar o texto para evitar mal entendidos.
      Abraços, Joseph

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