segunda-feira, 8 de julho de 2013

Fundos de Pensão: Fundo dos Correios perde quase R$ 1 bilhão com ações de Eike, diz a Folha de SP

Outros fundos oferecidos por empresas para a aposentadoria dos empregados também têm riscos

O fundo de pensão dos funcionários dos Correios acumula um déficit de 985 milhões de reais nos últimos dos anos. Em uma gravação obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, Wanderley José de Freitas, presidente da Globalprev (consultoria contratada pelo fundo), declarou que a perda “decorre da significativa redução dos juros e da diversificação que ocorreu na Bolsa, concentrada especialmente em ações das empresas de Eike Batista”.
Em outras palavras, o fundo Postalis, que é o terceiro maior do país em número de participantes, com 130 mil investidores, também foi embalado pelas promessas do grupo EBX. Segundo a Folha, para reverter o prejuízo, desde abril os salários dos funcionários têm sofrido descontos equivalentes a 3,94% do valor do benefício que eles receberão na aposentadoria. 
Ainda segundo informações do jornal, 287 milhões de reais do déficit total estão relacionados a problemas técnicos, como o aumento da expectativa de vida dos participantes, o que exige o pagamento de mais benefícios. E 698 milhões de reais são provenientes de perdas financeiras.
Situações parecidas já aconteceram antes, como no caso do fundo de pensão de funcionários da Varig, Com a falência da empresa, os participantes passaram a receber muito menos do que deveriam. 
Episódios como esses evidenciam alguns riscos que envolvem os fundos de pensão. Esse tipo de aplicação para a aposentadoria costuma ter grandes vantagens, uma vez que seus custos são baixos para os funcionários e que algumas empresas oferecem contribuições proporcionais ao valor investido pelo beneficiários. Porém, também é preciso tomar alguns cuidados.

Como se proteger dos riscos 
Algumas dicas podem ajudar o investidor a se prevenir quanto a perdas. A primeira delas é acompanhar o fundo de perto, observando seu desempenho por meio do seu site ou pelos relatórios divulgados, além de verificar quais são os ativos que fazem parte da carteira do fundo.
Caso a rentabilidade do fundo e sua gestão não satisfaçam o investidor, o ideal é que ele contribua com a alíquota mínima, apenas para receber a contrapartida da empresa.
Observar a porção de aplicações que o fundo faz em renda variável também é muito importante. Ainda que essa classe de investimentos possa trazer mais retornos no longo prazo, os riscos são mais altos - vide o caso do fundo Postalis. Para um profissional que está perto da aposentadoria, essa estratégia pode ser fatal, já que ele não poderá esperar muito tempo pela recuperação do prejuízo.
Se o fundo for da categoria benefício definido, na qual o participante contribui para receber uma quantia predeterminada depois de aposentado, o investidor deve ter consciência de que o benefício prometido só é atingido se ele ficar dentro da estimativa de vida adotada pelo plano.
Além disso, muitos desses fundos tiveram o valor do benefício definido em um outro momento da economia, quando os juros eram maiores e a bolsa estava em alta, o que facilitava a obtenção de bons retornos. Com a crise da bolsa e os juros mais baixos, os déficits podem levar suas patrocinadoras à falência. E nesse caso, elas podem não honrar a remuneração antes prevista.
As simulações de rendimento também podem estar desatualizadas. Por isso, desconfie quando o fundo apresentar uma perspectiva de retorno muito maior do que as oferecidas por outros produtos do mercado.
Por fim, mas não menos importante, o investidor deve diversificar os investimentos para a aposentadoria para que em um eventual prejuízo do fundo, apenas parte dos investimentos seja comprometida.
Uma opção de aplicação muito recomendada por especialistas atualmente são as Notas do Tesouro Nacional série B, títulos do governo que pagam ao investidor uma taxa prefixada, mais a variação do IPCA no período. Esse título pemite que o investidor tenha sempre um ganho acima da inflação, fator crucial para um investimento para a aposentadoria, já que no longo prazo é impossível prever qual será o efeito das altas dos preços. 
Fonte: Site Exame (06/07/2013)

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