segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Aposentadoria: Exame publica artigo incentivando investimento próprio para aposentadoria e fuga de planos de previdência abertos. Fundos de Pensão continuam como melhor opção


Ganhe mais para a aposentadoria investindo por conta própria

Com menor rendimento e altos custos dos planos de previdência, investidor pode ganhar mais investindo sozinho; veja como investir por conta própria da melhor forma


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Homem lê livro em praia
Sem os custos dos planos de previdência e com a possibilidade de investir com mais riscos é possível obter maiores ganhos
Especialistas são quase unânimes em dizer que hoje em dia ganha mais quem investe para a aposentadoria por conta própria. Com a queda dos juros da taxa Selic e a consequente redução dos investimentos de renda fixa, que sofrem com a queda dos juros, planos de previdência passaram a render menos já que boa parte deles concentra suas aplicações na renda fixa.
Fora dos planos de previdência, a parcela de rendimento que ficaria com os administradores do plano, por meio de taxas, fica para o investidor. E além disso, é possível usar uma estratégia de investimentos mais arriscada para obter maiores ganhos. A única ressalva são os fundos de pensão patrocinados por empresas, que devido aos custos baixos e às contribuições do empregador ainda são muito vantajosos
Mas, para que seja de fato possível ganhar mais por conta própria é preciso fazer um bom planejamento e estudar os investimentos mais indicados. Veja a seguir as orientações dos especialistas e saiba como fazer o seu planejamento financeiro da melhor forma.
Observe seu tempo de investimento e perfil 
Todo planejamento financeiro começa com a definição do tempo de investimento e do perfil de risco do investidor. A regra básica é que quanto maior o tempo de investimento, mais riscos o investidor pode ter, pois mais tempo ele terá para se recuperar de eventuais perdas. E quanto mais conservador e quanto menor o tempo de investimento, menos riscos devem ter os investimentos escolhidos.
Fernando Meibak, sócio da consultoria Moneyplan, sugere como o investidor pode dividir o seu portfólio em ativos de renda fixa (investimentos que têm definido o seu rendimento no momento da aplicação) e renda variável (cujo rendimento é imprevisível de acordo com o prazo, como as ações). “Se você tem 20 anos e vai se aposentar com 60, há 40 anos para investir, então até 40% da carteira pode ter ativos de renda variável; com 30 anos até 30% dos ativos podem ser de renda variável; com 40 anos, no máximo 20% e dos 50 anos em diante, menos de 10% deve ser voltado à renda variável”, afirma. 
E vale ressaltar que, se o investidor tiver um perfil mais arrojado, ele pode aumentar os percentuais de renda variável do portfólio, ou diminuir se for mais conservador. E também se o plano é se aposentar mais tarde, aos 70, 75 anos, com mais tempo, é possível também arriscar um pouco mais em busca de retornos maiores. 
Invista regularmente
Se o investidor não tem um fundo de pensão da empresa que desconta os aportes do seu salário regularmente ou um banco lembrando que você deve aplicar mais recursos no seu plano, a disciplina para investir deve ser ainda maior. 
“Assim como se paga o dentista e o plano de saúde, é preciso se pagar para formar o patrimônio para a aposentadoria”, orienta Samy Dana, professor de finanças da FVG. Para isso, ele ressalta que o investidor deve ter uma vida financeira organizada. “Não adianta investir para a aposentadoria e entrar no cheque especial, é preciso ter um equilíbrio no orçamento”, diz.
Liquidar as dívidas e poupar antes de investir é uma das premissas para qualquer investimento. Além de não haver sentido em pagar dívidas ao mesmo tempo em que se investe, acumulando um maior valor é possível conseguir investir em produtos com menores custos. E com uma constante organização no orçamento, evita-se que o dinheiro poupado para a aposentadoria se desvirtue para outros fins.
Conrado Navarro, planejador financeiro da Consultoria Dinheirama, também lembra que, além de investir regularmente, fazer aportes maiores quando possível, como ao receber um bônus, é fundamental para engordar a aposentadoria. “E a cada virada de ano deve-se corrigir os aportes de acordo com a alta da inflação. Se eu invisto 200 reais por mês, no ano seguinte vou investir 220 reais para corrigir a inflação”, diz.
Tesouro Direto: a porção conservadora do investimento
Os títulos do Tesouro Direto são uma das aplicações mais indicadas para a aposentadoria. E dentre os títulos, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) são os mais recomendados. As NTN-Bs rendem de acordo com a alta da inflação, medida pelo IPCA, o que combina muito com o longo prazo, já que o investidor precisa ter sempre um ganho que seja maior do que o aumento dos preços.
“Ganhar 10% pode não ser nada se a inflação for de 10%. Por isso a NTN-B é o melhor investimento para a aposentadoria”, afirma Dana. Ele acrescenta que o Tesouro Direto deve cumprir a função de manter um rendimento acima da inflação, mas para multiplicar o patrimônio, o melhor investimento é na sua ocupação principal. “O mercado financeiro não vai te fazer ganhar muito dinheiro, a melhor forma de ganhar dinheiro é no seu negócio principal”, diz o professor da FGV. 
Meibak também concorda que a NTN-B é o melhor investimento para a aposentadoria. Ele orienta que investidor aplique em títulos com um prazo de vencimento distante, como para 2050, e invista mensalmente nesse mesmo título. “O investidor deve comprar disciplinadamente esse investimento e não deve se preocupar com riscos, porque no longo prazo o ambiente é favorável para esses investimentos”. 
E dentro das NTN-Bs há aquelas que pagam e as que não pagam juros semestrais. As primeiras são conhecidas simplesmente como NTN’s B. E as que acumulam o rendimento para o vencimento são conhecidas como NTN’s B Principal. Segundo Meibak, estas últimas são as mais indicadas, já que o investidor não precisa se dar ao trabalho de reinvestir os juros.
Renda variável: a porção mais arriscada do planejamento
Por causa do retorno garantido - se o título for levado até o vencimento - e pela proteção contra a inflação, o Tesouro Direto deve compor a porção conservadora da carteira de investimentos para a aposentadoria. Mas, o portfólio também deve ter ativos de renda variável que ampliam as possibilidades de um retorno maior, conforme defende Navarro. “No cenário atual da economia e com a perspectiva de que os juros continuem mais baixos prejudicando os investimentos de renda fixa, o investidor também deve ter um investimento em ações”.
Segundo ele, na hora de pensar em investimentos mais arriscados alguns investidores ficam preocupados por acreditar que precisam virar especialistas em ações. "Isso não é verdade. Se houver disponibilidade e interesse de aprender a investir por conta própria, o investidor pode aprender, mas nem todas as pessoas têm perfil e disponibilidade para isso, o que não significa que elas vão ficar fora”, diz Navarro. 
Fundos de investimento: boa opção para investidores menos experientes
Quem não quer se arriscar a escolher os próprios ativos pode recorrer aos fundos de investimento, nos quais fica para os gestores a escolha dos investimentos. Conrado sugere que se busquem gestores independentes, que costumam ter custos menores que os grandes bancos. E para escolher um fundo de ações, é preciso olhar o seu histórico e comparar custos. "Para ver se o fundo tem um histórico bom, é legal olhar o que aconteceu com ele em 2007 e 2008, durante a crise, e observar se o comportamento foi catastrófico”, recomenda.
Os fundos de dividendos, que investem em ações boas pagadoras de dividendos e que têm um perfil mais conservador, são interessantes para o longo prazo. Assim como os fundos multimercados, que investem em ativos de renda variável ou renda fixa, adotando a melhor estratégia de acordo com o cenário econômico. “No geral, esses fundos são categorias interessantes para dar uma boa navegada, mas é preciso conhecer bem a estratégia de cada um deles para escolher o melhor”, diz o planejador da Dinheirama. 
Na escolha também devem pesar: qual é o investimento inicial do fundo, já que alguns exigem um valor muito alto; e a movimentação mínima do fundo, que é o valor mínimo exigido nos aportes mensais. Como é essencial manter a regularidade, se o fundo só permitir aportes superiores a 1.000 reais por mês, por exemplo, para alguns investidores essa pode não ser a melhor opção. 
Escolhendo os ativos por conta própria
A escolha dos ativos tem tudo a ver com o objetivo do investimento. Como a intenção é investir para o longo prazo, é preciso escolher as ações de empresas que tem bons potenciais de crescimento em um longo período de tempo. “A nossa economia tem potencial de aumentar o consumo interno com o aumento da renda, então empresas voltadas ao consumo interno devem estar nesse radar”, opina Conrado Navarro. 
Outra dica importante é escolher empresas com produtos que acompanhem a inflação. “Ações ligadas a ofertas de serviços e produtos relacionados à infraestrutura, concessionárias e empresas com contratos reajustados pela inflação se protegem contra o aumento dos preços”, afirma o planejador da Dinheirama. 
Outro ponto importante é o número de empresas do portfólio. Se mesmo para analistas que trabalham com o mercado de ações todos os dias é difícil acompanhar muitas empresas, para o investidor pessoa física também pode não ser tão fácil investir em mais de cinco ou seis empresas, por exemplo. 
Diversifique o investimento com os ETFs, fundos que aplicam em várias empresas de um setor
Diversificar o portfólio é essencial para que o investidor não coloque todos seus recursos em apenas uma ação e corra o risco de perder tudo em uma eventual desvalorização dessa única empresa. Para manter a diversificação, mas sem investir em mais empresas do que o investidor tem tempo de acompanhar, recomenda-se o investimento em ETFs (Exchange Traded Fund).
Os ETFs são fundos que acompanham a oscilação de um índice, como o Ibovespa, e são comercializados em bolsa como se fossem uma ação. A grande vantagem de um ETF é que o investidor pode investir em várias empresas pela compra de uma única cota, reduzindo o custo que teria ao investir diretamente nas ações. 
Um dos ETFs recomendados por Conrado Navarro é o CSMO11. Esse ETF busca obter, de forma geral, retornos de investimentos que correspondam à performance do índice BM&FBOVESPA de Consumo. Para aplicar em um ETF, o investidor deve abrir uma conta em uma das corretoras autorizadas a negociar as cotas. No site da Bolsa é possível encontrar quais são as corretoras indicadas para o investimento em ETF de acordo com a quantia que se deseja investir.
Fonte: Exame.com (28/01/2013)

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