quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TIC: Mercado empresarial acirra duelo entre teles


Com cerca de R$ 16 bilhões gastos de modo geral em serviços de telecomunicações em 2011 e projeção de crescimento para R$ 16,7 bilhões neste ano, segundo a consultoria IDC, o mercado empresarial é alvo de disputa acirrada entre as operadoras no Brasil. Qualidade de serviço, preço, inovação, acompanhamento dos processos e respeito aos prazos podem ser decisivos na manutenção dos contratos e conquista de outros novos. As maiores operadoras com redes fixas e móveis, Oi e Telefônica, fazem um duelo na área empresarial, em que as principais armas são forjadas com tecnologia e inovação.
Para consolidar os gastos do setor em telecomunicações, a IDC leva em conta as grandes empresas, com mais de 500 empregados. Embora a projeção de gastos seja de apenas 4,37% para este ano, o gerente da área de telecom da consultoria no Brasil, Diego Anesini, disse que o percentual, na verdade, reflete a estabilização dos investimentos das grandes empresas.
A Oi se preparou para o confronto. Revisou seus processos, investiu em reestruturação, e os resultados já começam a ser observados. De janeiro a setembro, a receita com serviços empresariais da tele quintuplicou em relação a 2011.
Para a Telefônica/Vivo, o segmento representa mais de 30% de suas receitas totais. Vale lembrar que a receita operacional líquida total da Telefônica/Vivo, nos nove meses de 2012, é de R$ 25,12 bilhões. E a cifra vem crescendo principalmente por causa das pequenas e médias empresas com o uso de telefonia fixa e móvel, disse Estanislau Bassols, diretor-executivo dos negócios empresas da companhia espanhola. No resultado anual, o crescimento é de 6,3% na receita de serviços da área móvel no acumulado do ano, com alta de 37% das adições líquidas (a diferença entre a entrada de novos clientes e o desligamento de outros) na comparação entre este ano e 2011. As receitas de dados (fixa e móvel) cresceram 19%, disse a tele.
Com a remodelação do segmento, a Oi simplificou o portfólio para o cliente entender melhor, iniciou trabalho com aplicativos de mobilidade, investiu em call center e em serviços gerenciados e de contingenciamento, oferecendo mais garantias de disponibilidade. Por fim, deixou de fornecer apenas a infraestrutura de rede para atuar diretamente nos serviços. Um exemplo dessa nova experiência é o 1746 Rio, uma linha de comunicação da população do Rio de Janeiro com a prefeitura local. A Oi recebe as chamadas e as despacha para o órgão competente.
Além disso, a operadora criou uma plataforma para gerenciar as empresas dos clientes e controlar a segurança. Qualquer que seja o problema, o contato do cliente será com apenas um atendente, afirmou o diretor de negócios corporativos da Oi, Maurício Vergani.
Agora, tudo na plataforma de serviços empresariais funciona com alarme. As equipes que atendem o setor devem registrar a conclusão de seus trabalhos no sistema, previamente programado com o prazo previsto. Se a informação não for inserida, o sistema dispara um alarme num painel. O processo começou a ser implantado no primeiro semestre deste ano e já está totalmente operacional. Segundo Vergani, os clientes já perceberam a diferença, pois os prazos agora são cumpridos rigorosamente.
A Telefônica/Vivo lançou sua oferta de serviços de infraestrutura de tecnologia da informação na nuvem em parceria com a Cisco e a Virtual Computing Environment (VCE) - Vivo Cloud Plus. Assim, reforça seu posicionamento como provedora de sistemas de TI integrados à rede de comunicação. Além disso, a operadora registrou, no último trimestre, adições líquidas de 60 mil clientes no Push-To-Talk (PTT), radiochamada via celular com a tecnologia GSM, concorrente do serviço da Nextel, que usa a tecnologia iDEN, da Motorola. A grande concentração do serviço é para empresas, segundo a Vivo, que registrou uma base de 236 mil linhas com o PTT.
No duelo dos números, a Oi indica que atende a 15 mil empresas. Fechou 300 contratos neste ano, um deles com o governo de Pernambuco, no valor de R$ 1 bilhão, por cinco anos, para construir um anel digital no Estado. O plano estratégico da tele prevê superar 100 milhões de unidades geradoras de receita no período 2012-2015, com crescimento de 10% em relação aos 75,9 milhões previstos até o fim deste ano. Entre os segmentos de negócios, a operadora indica o empresarial com a maior taxa de expansão projetada, de 13% em 2015.
A direção da Telefônica/Vivo diz que detém uma participação de mercado na área empresarial de 33% - número informado pela própria operadora, já que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não divulga o ranking do setor. A empresa diz que registra 1,2 milhão de clientes empresariais de todos os portes no Brasil, desde uma borracharia até grandes companhias, com penetração importante "principalmente nos maiores grupos econômicos".
Nos serviços na nuvem, o foco da Telefônica/Vivo é a oferta de infraestrutura como serviço (tradução da sigla em inglês IaaS), que inclui armazenamento, processamento, backup etc. para empresas de grande porte. Para as pequenas e médias, a tele espera que prevaleça a tendência de adotar o software como serviço, ou Saas, na sigla em inglês. A operadora estima que os serviços na nuvem responderão por cerca de um terço do crescimento de TI neste ano. Na América Latina, o segmento atende a mais de 2 mil empresas. Segundo a Telefônica, os serviços na nuvem continuarão como um dos motores do crescimento da companhia nos próximos anos e, em 2012, podem responder por 25% do crescimento dos serviços de TI.
Na GVT, 20% da receita vêm do segmento empresarial, segundo o presidente da empresa, Amos Genish. Para ele, o lançamento recente de três centros de dados abrirá mais espaço no orçamento dos clientes em 2013. Além disso, a entrada da operação completa da GVT em São Paulo poderá contribuir para o crescimento na área empresarial, devido à significativa concentração de companhias. Assim, a disputa de titãs, entre elas a Embratel, ganha um rival menor, mas incômodo, e disposto a lutar.
Fonte: Valor (10/12/2012)

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