terça-feira, 27 de novembro de 2012

Planos CPqD: Bastou o CPqDPrev alcançar uma rentabilidade excelente, para Sistel reduzir drasticamente taxa de juros, levando o plano a um déficit recorde em setembro

Em face da continuada redução da taxa de juros do Sistema Financeiro, a Sistel sempre teve como  boa política previdenciária acompanhar esta queda com a redução gradual da exigibilidade atuarial de seus planos.
Desta forma e sabidamente, desde 2010 e antecipando-se a maioria dos outros fundos de pensão, vinha reduzindo sua meta atuarial do tradicional patamar de 6% + INPC, para 5,25% + INPC, com reduções anuais de 0,25%, de forma a amenizar o impacto das elevações das provisões matemáticas.
Ontem mesmo foi postado neste blog um excelente artigo da Agencia Globo Fundos de Pensão: Reflexos na queda da taxa de juros. Entidades poderão desaparecer e pequenos fundos não sobreviverão! que menciona que haverá uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), no fim deste mês, e a ideia é que, por quatro anos, as entidade reduzam a meta em 0,25% a cada ano, de forma a atingir entre 4% e 5% ao ano, mais inflação.
Todos os planos da Sistel já estavam, desde o início de 2012, com a meta de 5,25% e esperava-se que seguiriam com esta redução gradual até uns 4,5% nos próximos anos, de forma a acompanhar a taxa de juros de mercado.
Porem, qual não foi nossa surpresa ao verificar que na reunião do Conselho Deliberativo da Sistel de 19/10, decidiu-se, contrariando toda política anterior de redução gradual de tal taxa, por uma redução drástica e pontual de 1,4% e ainda retroativa a setembro de 2012 (só entrou em vigor em março de 2013, para cálculo de novos benefícios). 
Com a queda repentina da taxa de 5,25% para 3,8% a.a. em setembro, o plano CPqDPrev obteve um déficit record mensal de R$ 38 milhões, resultado da elevação de R$ 54 milhões  de suas provisões matemáticas.
O plano, que vinha apresentando um superávit acumulado de 15,25% até agosto, caiu para 6,71% em setembro.
O mais estranho é que esta redução drástica da meta atuarial vem justo na véspera da proposta de fechamento do plano e de uma possível migração a um novo plano não vitalício, denominado InovaPrev, onde os benefícios serão concedidos puramente em função de cotas, calculadas  exclusivamente pela Sistel, em função dos rendimentos obtidos em seus  investimentos, diferentemente do plano atual, onde a meta de rentabilidade do plano é determinada pelo INPC (inflação calculada pelo IBGE) acrescido da referida taxa de juros.
O que os participantes e assistidos do plano CPqDPrev gostariam de saber (e talvez dos outros planos também), é porque a Sistel não expõem claramente a todos envolvidos os motivos de tamanha redução radical e repentina na meta do plano, justamente num momento de transição de planos?
Notem que esta decisão foi tomada há mais de um mês e até o momento, como é de praxe, a Sistel cala-se completamente.
  

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