O governo informou ontem a representantes das centrais sindicais que o aumento real (acima da inflação) para aposentados do INSS que ganham acima do mínimo (R$622) deve ficar para o ano que vem. Em reunião com sindicalistas, os ministros Garibaldi Alves Filho (Previdência) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) condicionaram a concessão de reajuste maior a um bom desempenho da economia do País diante da crise internacional. Uma política de valorização dos benefícios, como a do salário mínimo, será negociada com as centrais.
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“Nesse momento de crise, não há como acenar com novos direitos. Vamos manter o reajuste da inflação. A presidenta Dilma Rousseff deixou claro que, havendo mudança na conjuntura, se houver crescimento melhor no segundo semestre, as negociações em torno de aumento real para aposentadorias acima de um mínimo poderão ser reabertas”, explicou Carvalho.
O ministro Garibaldi reforçou a posição do governo, destacando que o reajuste deve ficar para o próximo ano.
“O que ficou claro é que o governo, com essa crise internacional que persiste, não vai ter condições imediatas de atender ao aumento real para os que ganham acima do mínimo”, afirmou Garibaldi.
O ministro da Previdência disse ainda que não foi possível estabelecer nova proposta para o fim do fator previdenciário. O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, afirmou que o fim do fator seria o cenário ideal para os trabalhadores.
Parte das centrais defende a fórmula 85/95, que soma a idade do trabalhador e o tempo de contribuição. Para as mulheres essa soma seria 85 e para os homens, 95.
Secretaria será criada para discutir políticas dos idosos
Além de informar que o aumento real para aposentados deve ficar para o ano que vem, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, explicou às centrais que o governo estuda a criação de uma secretaria para tratar de políticas relacionadas aos idosos. Segundo o ministro, a Secretaria Nacional do Idoso, como deverá ser chamada, não terá status de ministério.
Garibaldi lembrou que a criação da secretaria é reivindicação dos sindicatos.
“Há algum tempo vem se reivindicando uma secretaria do idoso, a exemplo de outras secretarias que foram criadas. O fato de uma discussão como essa (sobre o fim do fator previdenciário e aumento de aposentadoria para quem ganha acima do salário mínimo) às vezes não avançar como desejamos é pela falta de uma secretaria que possa dar mais objetividade à discussão”, avaliou.
A criação da secretaria será submetida à apreciação de outras esferas do governo, principalmente à presidenta Dilma Rousseff.
Também ficou acertado ontem que serão retomadas as discussões do grupo de trabalho técnico para aprofundar o debate da pauta de 15 itens apresentada pelo Sindicato Nacional dos Aposentados.
Fonte: O Dia (17/03/2012)