sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

INSS: Maior a expectativa de vida, menor o benefício


Expectativa de vida supera 73 anos no país
Em 1960, estimativa do tempo médio de vida do brasileiro era de apenas 48 anos de idade, segundo dados do IBGE
Um brasileiro que nasceu em 2010 deve viver, em média, 73 anos, cinco meses e 24 dias. Se for mulher, a expectativa é maior: 77,3 anos; homem, 69,7.
Os dados, divulgados ontem pelo IBGE, mostram que, em cinco décadas, a esperança de vida no país deu um salto de mais de 25 anos -em 1960, era de apenas 48 anos.
Segundo o pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque, o avanço está ligado a melhorias sanitárias e à queda da mortalidade infantil. Em 2010, o número de bebês de até um ano que morriam era de 21,64 para cada mil nascidos vivos -queda de 28,03% em relação ao início da década.
No entanto, ainda há grandes discrepâncias entre diferentes regiões do país. Enquanto em AL a expectativa não passa dos 68 anos, no DF e em SC ela chega a 76.
Há ainda diferença entre gêneros. Na média nacional, mulheres vivem 7,6 anos mais que homens. No RJ, a distância de 8,7 anos é a maior do país.
O pesquisador do IBGE afirma que, por fatores biológicos, já era de se esperar que os homens vivessem menos. Mas a diferença é acentuada pelas mortes violentas, comuns entre homens, sobretudo jovens.
Por serem baseadas em tendências da década passada, as estimativas devem sofrer alteração quando os dados do Censo de 2010 forem incorporados aos cálculos.
Com a população mais envelhecida, os custos com saúde e previdência aumentam. A elevação de três meses e 22 dias em relação à estimativa de 2009 vai alterar o valor dos benefícios para quem se aposentar por tempo de contribuição -antes dos 60 anos para mulheres e 65 para homens.
Isso por causa do fator previdenciário, usado para calcular o valor das aposentadorias. Quanto maior a esperança de vida da pessoa ao se aposentar, menor o fator previdenciário e, portanto, menor o valor da aposentadoria.
Segundo a Previdência, desde ontem, um trabalhador com 55 anos de idade e 35 de contribuição terá que contribuir por 65 dias a mais para ter o mesmo valor de benefício de quem se aposentou antes da divulgação da nova tabela.
As aposentadorias já concedidas não serão alteradas. 

Índice tem impacto nas aposentadorias 
O aspecto prático mais importante do aumento da esperança de vida, divulgado ontem pelo IBGE, diz respeito ao fator previdenciário. O mecanismo foi criado pelo govenro federal em 1999 para desestimular a aposentadoria de pessoas mais jovens. Quanto menos idade tem o candidato à aposentadoria, maior é índice. Assim, receberá menos em sua aposentadoria.
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, haverá uma redução média de 0,42% no valor do benefício do trabalhador que se aposenta desde ontem.
Segundo o especialista em previdência Newton Conde, no período de idade em que se concedem aposentadorias, ou seja, dos 41 aos 80 anos, a expectativa de vida dos segurados aumentou, em média, 41 dias entre 2009 e 2010.
É o tempo que o brasileiro terá de trabalhar a mais, em média, para receber o que receberia antes da mudança. Conde alerta, no entanto, que esse impacto varia de acordo com a idade do segurado pela previdência:
– A expectativa de vida para algumas idades não sofreu alterações e, para outras, foi agravada em mais tempo – explica.
A atual tabela vale até novembro de 2012. No ano que vem, a expectativa se baseará em dados do Censo 2010. 

Fontes: Folha de S. Paulo e Zero Hora (02/12/2011)

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