quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fundos de Pensão: Distribuição de superávit da Previ (BB) parece que também foi traumática

Para os leitores deste blog terem uma ideia de como a distribuição de superávit é sempre traumática para os assistidos, veja o desabafo de um assistido do Fundo de Pensão da Previ, cuja patrocinadora é o Banco do Brasil, na ocasião da distribuição daquele superávit no final do ano passado:

(Desabafo de um aposentado do Banco do Brasil, com relação à distribuição do superávit da PREVI)

" ETERNAMENTE TROUXAS (Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 01/12/2010)

Caros Colegas.
Tratam-nos como idiotas porque agimos como tal. Todos os adjetivos usuais para definir o idiotismo nos são aplicáveis no momento presente. Além de outros: ingenuidade, boa fé exacerbada, memória curta, baixa autoestima – tudo se concebe. Este ano de 2010 será reconhecido no futuro como o marco regulatório que definiu nosso comportamento subserviente da aceitação de imposições, direcionamentos, e castração de desejos e vontades. Tudo porque nos deixamos conduzir como animais levados ao matadouro, tangidos entre currais afunilados até o destino único do suplício.
Assistimos desde janeiro ao jogo sujo do Banco, com o uso da PREVI, preparando o bote fatal para impor seus desígnios. Depois de divulgado o superávit teve início a execução de um plano mesquinho, pois bastava ali ser anunciada a distribuição do montante obtido sem necessidade dos desdobramentos conhecidos. Mas a estratégia guardada não permitia simplismo, e esticar o tempo era imperioso para se chegar à data limite: final do ano. Nessa faixa de chegada estaria consolidado o ambiente para o anúncio retumbante: barrigas vazias, a constatação da passagem de mais um ano em direção à morte, época da acentuação das necessidades, esperança de um natal mais feliz que o de antes, e por ai segue. Vai longe o tempo em que se conquistavam pessoas pelo estômago. Hoje essa conquista se consuma pelo bolso.
Armado o circo no início do ano foi posta em prática a programação do duradouro espetáculo mambembe. A companhia teatral foi posta em campo, composta dos bem intencionados elementos da PREVI liderados pelo seu arrogante presidente, serviçal do Banco do Brasil, competentíssima figura na arte da enganação. Seus acompanhantes também desempenharam seus papéis com excelência, ostentando o pomposo título de Eleitos.
Foram infindáveis espetáculos encenados pelo Brasil afora, nas capitais e grandes Cidades, para divulgar resultados bilionários – tudo nosso, diziam. Com explicações inócuas e desnecessárias, o espaço de tempo entre os eventos era dilatado para durar todo o primeiro semestre. Depois vieram os encontros patrocinados pelas “Entidades Representativas dos Aposentados e Pensionistas” (outra enganação), convocando a mesma valorosa e entendida equipe da PREVI, para seguidas apresentações perante a platéia dos dóceis velhinhos com sua infantil credulidade, batendo palmas para a enganadora trupe.
Ai chega-se ao final do exercício, quando o Banco tem que se desvencilhar dos indícios de irregularidades praticadas. E isto está sendo fácil, visto que a programação foi cumprida à risca e, uma vez chegado o momento aprazado foi desferido o golpe final, contundentemente amparado pela argumentação inquestionável na forma de proposta, com cunho de decisão, apresentada numa bandeja estendida cheia de merrecas cintilantes. Disponíveis para uso imediato depois de aprovado o plebiscito.
E os pobres diabos famintos, desiludidos, endividados e ávidos pelos tostões prometidos estão prontos para, em uníssono, aprovar o desfecho tão esperado. Com murmúrios silenciosos pretendem dizer SIM através dos bolsos. Quando o pouco de dignidade que lhes resta clama para que se diga NÃO."
Fonte: APAS-DF (12/10/2011)

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