terça-feira, 4 de outubro de 2011

Brasileiros ficam mais felizes conforme envelhecem

Pesquisa foi feita entre 2002 e 2008 em Ilhéus e no Rio de Janeiro. 
Melhoria nas condições econômicas explica satisfação, diz pesquisador.
Os brasileiros ficam mais felizes conforme envelhecem – ou pelo menos ficaram entre 2002 e 2008, segundo um estudo feito por pesquisadores do Reino Unido. Os resultados foram apresentados nesta segunda-feira (3) pelo Programa de Novas Dinâmicas do Envelhecimento.
A pesquisa, feita entre 2002 e 2008 por uma reunião de cinco conselhos de pesquisas britânicos, visava estudar o impacto do crescimento econômico e das políticas sociais dos países em desenvolvimento na vida de seus cidadãos da terceira idade. No Brasil, foram entrevistados idosos das cidades de Ilhéus (BA) e do Rio de Janeiro (RJ).
Além do Brasil, os pesquisadores também avaliaram as condições de vida dos idosos da África do Sul e obtiveram os mesmos resultados: quanto mais idosos, mais felizes são os sul-africanos.
Segundo a pesquisa, a maioria dos idosos dos dois países se disse “satisfeita” ou “muito satisfeita” com as suas condições de vida, com seus relacionamentos com outras pessoas e com o respeito que recebiam.
Ao comparar os dados de 2008 com os de 2002, o número de idosos que se declarou satisfeito aumentou. Os cientistas acreditam que isso tem a ver com a melhoria tanto nas condições econômicas dos dois países, como nas políticas sociais.
De acordo com o grupo de pesquisadores, os dois países foram escolhidos pela “extensão de suas políticas sociais”.
“São países líderes nas suas respectivas regiões, com políticas sociais inovadoras abordando a pobreza e a vulnerabilidade”, afirma Armando Barrientos, diretor de pesquisas do Instituto Brooks de Pobreza Mundial, da Universidade de Manchester.
“Frequentemente se presume que as pessoas vão ficar mais pobres e mais infelizes com a vida conforme elas envelhecem, mas na África do Sul e no Brasil é o oposto que acontece”, diz Barrientos.
Segundo ele, a pesquisa pode servir de lição para países desenvolvidos que estudam cortar benefícios sociais para a terceira idade. “Nosso trabalho sugere que os governos podem precisar repensar com mais cuidado sobre o valor social de uma aposentadoria decente”, afirma.
Há lições também para as nações em desenvolvimento, segundo Barrientos: não copiar o que os países ricos fizeram. “A população nos países em desenvolvimentos estão crescendo muito mais rapidamente do que cresciam os países hoje considerados desenvolvidos. Isso significa que seus governos têm muito menos tempo para lidar com os desafios do envelhecimento e eles não podem simplesmente copiar as políticas usadas pelas nações desenvolvidas”.

Fonte: Portal G1 (04/10/2011)

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