quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fundos: Mudanças de meta têm um custo elevado

Os dirigentes dos fundos de pensão ainda estão cautelosos com a revisão das metas atuariais por uma razão: a mudança não é nada simples. Qualquer alteração tem que obter a autorização da SPC, o que pode levar meses. Reduzir a meta implica, por sua vez, a atualização da chamada tábua de longevidade dos participantes e, principalmente, dinheiro para elevar as reservas técnicas.

Tábua de longevidade é uma tabela que mostra, a partir de cálculos matemáticos, a expectativa de vida de uma população. A atualização da tábua implica assumir que a média de vida dos participantes do fundo é mais longa, portanto o fundo vai passar mais tempo pagando benefícios. Para isso, há cálculos atuariais que indicam quanto o fundo de pensão tem que ter (reservas técnicas) para pagar todos os seus participantes até o falecimento do último deles. Se o dinheiro das reservas, aplicado no mercado financeiro, é remunerado a 6%, forma uma quantidade de reserva "x". Se essa taxa é menor, a reserva também será menor, portanto tem que haver aporte para compensar a diferença e adequá-la aos compromissos com os aposentados, que tende a ser maior.

Um caso que ilustra a complexidade desse processo é o do fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef). Para reduzir sua meta, em 2007, de 6% para 5,5% mais a variação do INPC, a entidade gastou R$ 11 bilhões em todo processo. Só a revisão da tábua atuarial custou R$ 2 bilhões, contou o presidente Guilherme Narciso de Lacerda.
Fonte: Valor Online (06/10/2009)

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